CARTOGRAFIA MÓDULO III


     

       Observar os sujeitos em suas práticas sociais no entorno da escola não é uma atividade fácil, requer tempo e boa vontade da comunidade em contribuir para com o trabalho.
            Vive-se num contexto contemporâneo em que ser criança é cada vez mais difícil devido aos altos índices de violência social e doméstica. Os sujeitos passam pela infância sem vivê-la plenamente como deveria ser.
           Houve um tempo em que meninos e meninas tinham que ter brincadeiras separadas, não podiam brincar juntos muito menos misturar brincadeiras: meninas de boneca e casinha e os meninos de carrinho ou futebol. No entanto vive-se um momento em que essas diferenças não são mais contadas, bom não como em épocas anteriores.
           Embora os tempos tenham mudado, pois em épocas anteriores, principalmente em nossa infância, a presença das  crianças e suas brincadeiras era constante nas ruas do território escolar, ou seja, na comunidade local. Principalmente, nos fins de semana a criançada sai de casa para brincar de todas as formas possíveis.
          Não havia preocupação por parte dos pais em deixar seus filhos brincar na rua, o que não acontece hoje sem que o responsável esteja por perto devido aos altos índices de violência e criminalidade.
           Portanto, o que observamos na maioria das vezes, são ruas vazias e crianças presas em casa na companhia do computador ou da TV.



Não se percebe a presença de crianças brincando nas ruas.
       



Brincadeiras diante do computador são mais frequentes que as brincadeiras de rua.


         No entanto, embora ainda sejam raras às vezes, ainda conseguimos presenciar algumas brincadeiras de crianças, como por exemplo: soltar pipa, brincar de pau na lata, jogar futebol e outros. Algumas fazem da responsabilidade uma brincadeira, cuidar e andar a cavalo. No território da instituição escolar, por ser um bairro da periferia da cidade, ainda é comum observar algumas crianças brincando na rua, muitas sobre os olhares persistentes dos pais com a intenção de proteção.
           Embora, essas brincadeiras muitas vezes se tornem limitadas devido ao espaço que hoje não é adequado para algumas brincadeiras, como por exemplo, jogar birosca. 





         A instituição escolar procura desenvolver um trabalho em que  a comunidade se torne mais presente no ambiente educacional e esta mesma instituição traz para  a escola atividades externas do cotidiano das crianças para serem exploradas de forma positiva, incluídas no ensino/aprendizagem.

Passeata da E.M.P° José Luiz Tadeo com participação da comunidade a favor da família.
Passeio ao GGN.
      No território escolar a diversidade  é presente no cotidiano das crianças. Pode-se observar crianças de idades variadas, grandes e pequenas, algumas com o seu próprio grupo de idade, outras se identificam com qualquer criança de qualquer idade.
Ser criança, em qualquer território, é poder ter a liberdade de brincar espontaneamente e sem medo. É poder compartilhar as alegrias das brincadeiras, seja com o novo ou com o velho; é poder ter o direito de usufruir das tecnologias atuais sem esquecer das antigas brincadeiras.


Brincadeiras que ocupam o dia a dia das crianças.



          Mas a cada dia torna-se mais difícil que os atores atuais aproveitam as brincadeiras de rua, conforme já mencionado no texto acima, cidades totalmente asfaltadas limitam as brincadeiras das crianças. No entanto, o progresso e avanços tecnológicos são necessários, importantes para uma melhor qualidade de vida para todos.
        A convivência familiar é cada vez mais limitada, o pai, como bom chefe de família, precisa trabalhar muitas vezes numa carga exaustiva de horários para suprir todas as necessidades da família. Muitas vezes os pais chegam cansados e sem muita disposição para apoiar na educação dos filhos, como também o lado afetivo. Essas crianças quando não estão na escola, permanecem na ruas a mercê de todo o tipo de violência.
        Em muitas famílias, as crianças ajudam nos afazeres domésticos, encontram tempo para suas brincadeiras preferidas (bonecas, casinha) e ainda passeiam com os pais no fim de semana.
          As crianças entrevistadas relatam tanto suas brincadeiras, como seus afazeres e sua visão do entorno da escola. Por onde passam observam, prédios, motos, bicicletas, açougues, árvores, padarias, bares, outras crianças com seus pais ao vir para a escola e supermercados (mercearias). Também, foi solicitado às mesmas que ilustrassem a escola e seu entorno, como viam o ambiente. Os desenhos ficaram maravilhosos! Simplesmente lindos!

Desenho da criança Miguel Henrique do seu trajeto de casa para a escola.
Desenho da criança Raony do seu trajeto de casa para a escola.

Desenho de uma criança de seu trajeto de casa para a escola.
Desenho da  criança Kaillane do seu trajeto de casa para a escola.




         Os pais expressam a preocupação com os filhos e suas necessidades básicas para uma boa qualidade de vida, também desejam um futuro de sucesso para os mesmos. 
        Quanto ao trabalho infantil, este não é tão pressente no território, a não ser uma criança que sempre está com o pai em sua atividades, boas ou não, inclusive no serviço ajudando-o em suas atividades.

           O território tem o apoio social do GGN -  “Grupo Gente Nova” que tem como objetivo atender as necessidades materiais e educativas dos mais carentes do bairro.

 

O trabalho consiste em:

 

  - Fortalecer com educadores contratados e voluntários atividades como o bordado, o inglês, a capoeira e a computação.

  - Dar assistência social às famílias

  - Promover o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)

           Trabalha com projetos, principalmente o de socialização.O objetivo do projeto é contribuir para que crianças e adolescentes tenham assegurado seus direitos à proteção social básica. O programa busca ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de pertença e de identidade, fortalecer vínculos familiares e incentivar a  socialização e a convivência comunitária. Possui caráter preventivo e proativo, pautado na defesa e afirmação dos direitos e no desenvolvimento de capacidade e potencialidades, com vistas ao alcance de alternativas emancipatórias para o enfrentamento da vulnerabilidade social. O programa oferece/articula atividades lúdicas, culturais, educativas e esportivas como forma ocupação do tempo livre (contraturno escolar) de crianças, adolescentes e jovens de 06 a 18 anos, conforme o Grupo relata sobre o trabalho. (http://www.escolapiosbrasil.com.br/a/site)

GGN - Grupo Gente Nova

GGN - Grupo Gente Nova
GGN - Grupo Gente Nova

Crianças do projeto - GGN




Reflexão:

       "Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tão pouco sem ela a sociedade muda", assim expressa Paulo Freire. É preciso acreditar que é possível através da educação conscientizar e formar cidadãos críticos, pensantes, capazes de transformar sua trajetória de vida. Isso só será possível se tivermos educadores dispostos a engajarem em um único objetivo, ser mediador do conhecimento.
            A educação faz com que as pessoas sejam fáceis de ser guiadas, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar. (autor desconhecido)



Metodologia: Com as crianças, o diálogo foi oportuno, pois aproveitou-se o momento da rodinha paa que cada criança se expressa-se sobre o assunto.
Já com os pais, as entrevistas foram solicitadas com aqueles que demosntram mais participação na vida escolar da criança, e demonstraram interesse genuíno em nos ajudar. Pudemos contar com uns 5 pais.
 



          




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