Observar os sujeitos em suas práticas sociais no entorno da escola não é uma atividade fácil, requer tempo e boa vontade da comunidade em contribuir para com o trabalho.
Vive-se num contexto contemporâneo em que ser criança é cada vez mais difícil devido aos altos índices de violência social e doméstica. Os sujeitos passam pela infância sem vivê-la plenamente como deveria ser.
Houve um tempo em que meninos e meninas tinham que ter brincadeiras separadas, não podiam brincar juntos muito menos misturar brincadeiras: meninas de boneca e casinha e os meninos de carrinho ou futebol. No entanto vive-se um momento em que essas diferenças não são mais contadas, bom não como em épocas anteriores.
Embora os tempos tenham mudado, pois em épocas anteriores, principalmente em nossa infância, a presença das crianças e suas brincadeiras era constante nas ruas do território escolar, ou seja, na comunidade local. Principalmente, nos fins de semana a criançada sai de casa para brincar de todas as formas possíveis.
Não havia preocupação por parte dos pais em deixar seus filhos brincar na rua, o que não acontece hoje sem que o responsável esteja por perto devido aos altos índices de violência e criminalidade.
Portanto, o que observamos na maioria das vezes, são ruas vazias e crianças presas em casa na companhia do computador ou da TV.
Não se percebe a presença de crianças brincando nas ruas. |
Brincadeiras diante do computador são mais frequentes
que as brincadeiras de rua.
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No entanto, embora ainda sejam raras às vezes, ainda conseguimos presenciar algumas brincadeiras de crianças, como por exemplo: soltar pipa, brincar de pau na lata, jogar futebol e outros. Algumas fazem da responsabilidade uma brincadeira, cuidar e andar a cavalo. No território da instituição escolar, por ser um bairro da periferia da cidade, ainda é comum observar algumas crianças brincando na rua, muitas sobre os olhares persistentes dos pais com a intenção de proteção.
Embora, essas brincadeiras muitas vezes se tornem limitadas devido ao espaço que hoje não é adequado para algumas brincadeiras, como por exemplo, jogar birosca.
A instituição escolar procura desenvolver um trabalho em que a comunidade se torne mais presente no ambiente educacional e esta mesma instituição traz para a escola atividades externas do cotidiano das crianças para serem exploradas de forma positiva, incluídas no ensino/aprendizagem.
Passeata
da E.M.P° José Luiz Tadeo com participação da comunidade a favor da família.
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No território escolar a diversidade é presente no cotidiano das crianças. Pode-se observar crianças de idades variadas, grandes e pequenas, algumas com o seu próprio grupo de idade, outras se identificam com qualquer criança de qualquer idade.
Ser criança, em qualquer território, é poder ter a liberdade de brincar espontaneamente e sem medo. É poder compartilhar as alegrias das brincadeiras, seja com o novo ou com o velho; é poder ter o direito de usufruir das tecnologias atuais sem esquecer das antigas brincadeiras.
Brincadeiras que ocupam o dia a dia das crianças. |
Mas a cada dia torna-se mais difícil que os atores atuais aproveitam as brincadeiras de rua, conforme já mencionado no texto acima, cidades totalmente asfaltadas limitam as brincadeiras das crianças. No entanto, o progresso e avanços tecnológicos são necessários, importantes para uma melhor qualidade de vida para todos.
A convivência familiar é cada vez mais limitada, o pai, como bom chefe de família, precisa trabalhar muitas vezes numa carga exaustiva de horários para suprir todas as necessidades da família. Muitas vezes os pais chegam cansados e sem muita disposição para apoiar na educação dos filhos, como também o lado afetivo. Essas crianças quando não estão na escola, permanecem na ruas a mercê de todo o tipo de violência.
Em muitas famílias, as crianças ajudam nos afazeres domésticos, encontram tempo para suas brincadeiras preferidas (bonecas, casinha) e ainda passeiam com os pais no fim de semana.
As crianças entrevistadas relatam tanto suas brincadeiras, como seus afazeres e sua visão do entorno da escola. Por onde passam observam, prédios, motos, bicicletas, açougues, árvores, padarias, bares, outras crianças com seus pais ao vir para a escola e supermercados (mercearias). Também, foi solicitado às mesmas que ilustrassem a escola e seu entorno, como viam o ambiente. Os desenhos ficaram maravilhosos! Simplesmente lindos!
Desenho da criança Miguel Henrique do seu trajeto de casa para a escola. |
Desenho da criança Raony do seu trajeto de casa para a escola. |
Os pais expressam a preocupação com os filhos e suas necessidades básicas para uma boa qualidade de vida, também desejam um futuro de sucesso para os mesmos.
Quanto ao trabalho infantil, este não é tão pressente no território, a não ser uma criança que sempre está com o pai em sua atividades, boas ou não, inclusive no serviço ajudando-o em suas atividades.
Quanto ao trabalho infantil, este não é tão pressente no território, a não ser uma criança que sempre está com o pai em sua atividades, boas ou não, inclusive no serviço ajudando-o em suas atividades.
O trabalho consiste em:
- Fortalecer com educadores contratados e voluntários atividades como o bordado, o inglês, a capoeira e a computação.
- Dar assistência social às famílias
- Promover o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)
Trabalha com projetos, principalmente o de socialização.O objetivo do projeto é contribuir para que crianças e adolescentes tenham
assegurado seus direitos à proteção social básica. O programa busca
ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de
pertença e de identidade, fortalecer vínculos familiares e incentivar a
socialização e a convivência comunitária. Possui caráter preventivo e
proativo, pautado na defesa e afirmação dos direitos e no
desenvolvimento de capacidade e potencialidades, com vistas ao alcance
de alternativas emancipatórias para o enfrentamento da vulnerabilidade
social. O programa oferece/articula atividades lúdicas, culturais,
educativas e esportivas como forma ocupação do tempo livre (contraturno
escolar) de crianças, adolescentes e jovens de 06 a 18 anos, conforme o Grupo relata sobre o trabalho. (http://www.escolapiosbrasil.com.br/a/site)
GGN - Grupo Gente Nova |
Reflexão:
"Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tão pouco sem ela a sociedade muda", assim expressa Paulo Freire. É preciso acreditar que é possível através da educação conscientizar e formar cidadãos críticos, pensantes, capazes de transformar sua trajetória de vida. Isso só será possível se tivermos educadores dispostos a engajarem em um único objetivo, ser mediador do conhecimento.
A educação faz com que as pessoas sejam fáceis de ser guiadas, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar. (autor desconhecido)
Metodologia: Com as crianças, o diálogo foi oportuno, pois aproveitou-se o momento da rodinha paa que cada criança se expressa-se sobre o assunto.
Já com os pais, as entrevistas foram solicitadas com aqueles que demosntram mais participação na vida escolar da criança, e demonstraram interesse genuíno em nos ajudar. Pudemos contar com uns 5 pais.
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